quinta-feira, 21 de abril de 2016

Panachi


Embora em minha primeira temporada a trabalho na Colômbia eu tenha conseguido aproveitar para conhecer um pouco de Bogotá e Cartagena, na segunda vez que fui fiquei em um esquema mais complicado.

Fui para Bucaramanga, uma cidade que é mais próxima da Venezuela que de Bogotá e, pelo menos em 2012, considerada bem menos segura que as outras cidades que visitei.



Praticamente só saía do hotel para trabalhar e voltava, segundo orientações da própria empresa que me recebeu. Talvez um pouco de exagero, não sei... Os locais (ditos bumangueses, porque bucaramangueses é demais até pros nativos) pareciam ter vida normal. Mas a verdade é que a cidade também não parecia ter muito a oferecer.

O único passeio que me recomendaram foi uma ida ao Parque Nacional del Chicamocha - ou PANACHI para os íntimos.

Parece, mas não é Comic Sans

Então combinei com Hector, o estagiário da empresa, de ir para lá num domingo de sol. Fomos no carro dele, ao som de Gustavo Lima e Victor e Léo (sertanejo universitário bombava na Colômbia em 2012).

H: O que quer dizer "Tchê tcherere tchê" em português?
L: Hmmm o mesmo que em espanhol... nada!
H: Sério? Que decepção! Aqui nós cantamos "Quien quiere leche, quien quiere leche"

Depois de muitos tchus, tchas e tchererês (que infelizmente para o Hector não traziam nenhuma reflexão filosófica por trás) chegamos ao esperado Panachi!



O parque foi bastante surpreendente! Paisagismo e esculturas trabalhados por todo canto, em uma estética que combinava com o calor exacerbado que sentíamos.

Escultura árida


Cuca fresca! Gotículas de água caíram bem

Foram muitas fotos de palhaçada. Muitas mesmo.





E além do tour pelo parque, as grandes atrações: brinquedos gigantescos para diversão individual ou em dupla, para crianças e adultos. Tirolesas de grandes distâncias, escorregas à la Wet n' Wild (só que sem água) e cama elásticas à la Chucky Cheese.

I believe I can fly

Será que sem água também é divertido?

Hey, you, get off of my cloud! - Acrobacias na cama elástica poderosa

E aí o Hector selecionou um brinquedo para irmos: El Columpio!!

Apesar do nome imponente, a descrição do Hector foi super tranquila: é basicamente um balanço, só que em proporções mais elevadas. Pensei: "ah, tranquilo, balanço é brinquedo de criança.". Mas ele não mencionou que era POR CIMA DE UM PRECIPÍCIO GIGANTESCO!!!1

El Columpio e o rio lááá embaixo

Nem era de todo ruim, né? Dava para ir rolando caso acontecesse alguma coisa...

E a inocente aqui que não sabia de nada criou coragem para ir no brinquedo. "Nossa, tem que colocar equipamentos tipo de Bungee Jumping antes de entrar?"
Sabe de nada, inocente


Sento na cadeira e percebo que não vai ser tão tranquilo assim. O operador do Columpio me tranquiliza: "a gente só sobe a cadeira até onde vocês quiserem". Bem melhor assim!

Subiram um pouquinho e pararam. "Se eu falar alguma coisa agora, vai pegar mal. Deixa subir mais um pouquinho." Subiram mais um pouquinho e eu sugiro pro Hector "o que você acha de parar aqui?". Vejo a decepção do menino e deixo subir mais um pouquinho - mas agora não tem pergunta, é direto pros caras mesmo: "TÁ BOM AQUI, OK?". E nesse ponto eles deviam estar rindo maleficamente pois não pararam de subir, e a partir desse ponto não teve mais espanhol - segui com gritaria e palavrões em português mesmo porque no desespero não rola tecla SAP.

Não parei mais de gritar até o brinquedo parar. O coitado do Hector nem conseguiu se divertir de preocupação. Mas vejam que belo esse vídeo editado onde parece que o brinquedo é PURA DIVERSÃO!



Isso é Panachi. Só para os fortes.

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